Esvaziando o coração

Não sei por onde começar, só sei que tenho tanta coisa para escrever...

Acordei chorando e com o coração murcho, como todos os outros dias sem ele. Não consegui ir pra escola. Acho que a parte mais difícil dessa nova rotina, é ter que aguentar olhar pra todos aqueles lugares em que tive momentos inesquecíveis. E é claro sem esquecer de quanto me dá ânsia de vômito ter que respirar o mesmo ar de garotas invejosas que esbanjam sorrisos por terem conseguido o que queriam a muito tempo. Na realidade, preciso dizer que dessa vez o que aconteceu não foi por fatos ou boatos, muito menos por planos. Tantas pessoas se envolveram, achando que não passava de um circo, onde o divertimento era a palavra ênfase. Ele sabia disso e eu também. Ah, ele e aquele clichê de querer ser o Peter Pan ou Palhaço chocolate da escola e eu com a minha possessividade sem controle. Ainda liguei, chorei, implorei. Mas só hoje cheguei a conclusão de que agora realmente não dá mais certo. Aconteceu, era necessário. Os anos se passavam e continuávamos os mesmos. Um relacionamento não pode ser prolongado por duas crianças. Não pode ser sustentado apenas pelo amor. E é só isso que temos.

Sabe apesar de não ter vergonha de expor o que ainda sinto, tenho me conformado com a vida sozinha. É sozinha. Não faço parte desse grupo de solteiros que acham que ser feliz é infiltrar-se em ôgias e no mundo das drogas. Sei lá. Acho que tenho uma alma dos anos 70. Gosto de rock and roll e mpb, curto relacionamentos sérios e prefiro o silêncio do meu quarto a uma festa de porão transformado em lugar de prostituição. (Pena que ele prefere estragar a vida dele, nesse meio sujo - ele nunca teve amor próprio mesmo, acho que só eu que de verdade o amei, que seja isso não importa mais.)

Pensei que não conseguia mais escrever. Pensei que só ele era a minha inspiração. Mas meu coração apesar de murcho e atenuado, ordenou essas palavras e mostrou que na verdade, a única pessoa onde posso tirar forças para continuar, sou eu mesma. Olhei nossas fotos de 2008, estão guardadinhas aqui. Mas, arrumei meu quarto e minhas roupas, conversei com a minha avó e os planos para o futuro estão prestes a ser colocados em prática. Estou mais próxima do que nunca das minhas melhores amigas. Tenho bebido nos finais de semana, e quer saber? foi divertido não ter que me preocupar com ele!

E é isso, Não tenho medo do futuro, confio em Deus e nas escolhas que ele tem feito para mim. Precisamos de tempo. Odeio esperar, mas a vida me mostrou que através da paciência que conseguiremos achar o caminho certo para tudo! Enquanto isso, deixo os acasos da vida me guiarem, afinal "o mundo, apesar de redondo, tem muitas esquinas. Um dia eu me reencontro em alguma delas."