Doce Nostalgia.

Há um bom tempo decidi não me importar de fato, em ter a certeza do que se passava em meu coração. Até que sensações ruins me rodearam; me fizeram parar de fugir do passado e querer desenterrar um baú de lembranças dos momentos que vivi.
Quem disse que sensações ruins trazem consigo a tristeza, discordo totalmente. E para quem diz que viajar no tempo é impossivel, está muito enganado! Criei uma maquina do tempo imaginária e flash backs com lapsos do meu pretérito apareceram como fotos a cada piscada dos meus olhos.
Como eu era feliz em ser criança e todas as noites brincar de amarelinha, criar uma apresentação de balé improvisado pelos filmes de contos de fadas e dar banho na minha cadela com algumas pulgas nojentas. Delicioso frio na barriga em estar no carro com a velocidade elevada na madrugada indo para shows, comer brigadeiro nas tardes de domingo e jogar conversa fora com as amigas. Reuniões em familia, viajar de avião observando do céu, as cidades e comparando suas luzes com pedras preciosas jogadas em um pano preto. Chorar e quase ter um infarto por acabar milhares de vezes o namoro. Ter a sensação de emagrecer 5 kilos por dia, por estar apaixonada e andar levemente capaz de sentir todas as brisas por onde passava. Fechar a porta do quarto e apreciar o silêncio do lugar mais confortável do planeta.
Tais momentos só meus, que tornaram-me o que me orgulho de ser. Simples e de valor enorme, derramaram uma lágrima de emoção e satisfação por ter vivido-os intensamente e sem arrependimentos. Saí um pouco da maquina do tempo e fechei a porta do baú com a certeza de que o passado não é um monstro no qual todos devem correr de revive-lo com frases prontas de que se algo está no passado é por motivos ruins. É a nossa definição e a justificativa dos nossos atos, que no fim são sempre o certo para o nosso bem estar. Não tenha medo de passear por um caminho já percorrido no qual o desejo é nunca mais voltar, saborei essa doce nostalgia pois o passado é a reflexão do presente e a formação do futuro!